quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Álcool e má alimentação afetam memória

Nascemos programados para esquecer. Mais cedo ou mais tarde, cada um e nós apagará da lembrança informações recentes, compromissos, conceitos, habilidades. A perda da memória é gradativa e determinada geneticamente com a morte das células nervosas em diferentes áreas do cérebro, provocada por um inimigo certo e igual a todos: o envelhecimento. Ao longo da vida, muito antes mesmo de ficarmos velhos, nossa memória é atacada de diversas formas, sem que tenhamos controle sobre isso. Traumas, doenças, medicamentos, exposições a componentes químicos podem causar lesões irreversíveis no cérebro. Mas muitas vezes nos tornamos aliados dos nossos inimigos com atitudes que tomamos conscientemente e, algumas vezes, com muito prazer.

Um dos inimigos mais agressivos é o álcool. Nas células nervosas, essa substância toma o lugar da glicose, mas não é capaz de produzir o mesmo volume de energia. “Em uma intoxicação alcoólica leve, a pessoa tem diminuição de reflexo, do nível de atenção”, explica o psiquiatra Eduardo Teixeira, da PUC de Campinas. (...)

“Na infância e adolescência, o cérebro está em formação. Na adolescência, ele está quase formado, mas falta o capeamento das fibras. O abuso de álcool pode interferir nisso. No futuro, elas não vão ser o que poderiam. Não vão ter um nível de desempenho ágil e rápido do raciocínio, da memória, como deveriam”, diz o neurologista Benito Damasceno, da Universidade de Campinas (Unicamp).

“O álcool destrói as células nervosas. Por causa da dificuldade de absorção do intestino, devido à lesão causada pelo álcool, elas têm deficiência das vitaminas B1 e B12. E a deficiência dessas duas vitaminas vai provocar uma lesão adicional no cérebro, além da lesão que o próprio álcool produz”, esclarece Benito Damasceno.

De acordo com os especialistas, a má alimentação é o segundo grande inimigo da memória. ... O excesso de comida, seja ela qual for, também compromete a capacidade dos neurônios, porque ingerimos mais energia do que gastamos. (...)

(Globo Repórter)

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Postado em:  na categoria Neurociência.
alzheimerA falta de uma proteína desempenha um papel-chave no declínio da memória com a idade, um fenômeno reversível e diferente do mal de Alzheimer, segundo estudos publicados nesta quarta-feira (28), que podem abrir o caminho para novos tratamentos.
A carência da proteína RbAp48 na parte do cérebro conhecida como hipocampo é um fator importante da perda de memória associada com o envelhecimento, descobriram cientistas da faculdade de Medicina da Universidade de Columbia em Nova York, chefiados por Eric Kandel, co-ganhador do prêmio Nobel de Medicina no ano 2000.
Seu estudo, feito sobre células cerebrais humanas retiradas de cadáveres, assim como de camundongos, é a indicação mais forte até agora de que a deterioração da memória com a idade e o mal de Alzheimer são patologias diferentes.
Enquanto a primeira parece ser reversível quando tratada a falta da proteína em questão, a segunda continua sendo incurável, explicam os autores dos trabalhos, publicados na revista americana Science Transnational Medicine.
“Estes resultados têm implicações potenciais no diagnóstico e no tratamento dos problemas de memória”, destacou Kandel em um comunicado.
Até agora, os cientistas consideravam que a perda da memória era um dos primeiros sintomas do mal de Alzheimer, mas cada vez mais indícios levam a crer que se trata de um fenômeno que afeta o giro denteado, uma subárea do hipocampo.
Para realizar o estudo, os autores fizeram uma análise genética das células que provêm do giro denteado de oito pessoas falecidas entre os 33 e os 88 anos, nenhuma das quais sofria de doença cerebral.
Os cientistas constataram que o gene RbAp48, que permite produzir a proteína do mesmo nome, viu decair seu funcionamento com a idade em todos os indivíduos.
Os cientistas testaram, então, este mesmo gene em camundongos para determinar seu papel na perda de memória. Assim, quando bloquearam geneticamente a expressão deste gene no cérebro das cobaias jovens e saudáveis, elas experimentaram os mesmos problemas de memória do que seus similares mais velhos, como demonstrado em testes de labirinto.
Uma vez restabelecida a função do gene, a memória dos jovens camundongos voltava à normalidade.
Finalmente os cientistas reativaram o gene para que se expressasse no cérebro dos camundongos mais velhos que, segundo eles, recuperaram a memória da juventude.
Fonte: Terra Saúde
Postado em:  na categoria Comportamento.
bigstock-African-American-manHomens podem sofrer de depressão quase tão freqüentemente quanto as mulheres, de acordo com um novo estudo da Universidade de Michigan. Tradicionalmente, as mulheres foram diagnosticadas com depressão com mais ou menos o dobro da taxa dos homens, cerca de 20% das mulheres tornando-se deprimidas em algum momento de sua vida.
Nos últimos anos, no entanto, alguns pesquisadores tem se questionado se talvez eles não tem feito aos homens as perguntas certas.
Por exemplo, enquanto as mulheres podem mostrar a sua depressão através de sintomas como choro ou insônia, a depressão masculina pode mostrar-se como a raiva, agressão, abuso de substâncias ou a exposição a riscos, tais como jogos de azar ou flertes, disse a principal autora Lisa Martin, Ph.D., professora assistente na Universidade de Michigan.
Quando estes tipos de sintomas foram levados em conta na pesquisa, os especialistas descobriram que cerca de 30% dos homens e mulheres haviam estado deprimidos em algum momento de suas vidas, de acordo com o estudo publicado no JAMA Psychiatry.
O estudo envolveu 3.310 mulheres e 2.382 homens e é o primeiro a olhar para as diferenças de gênero nas taxas de depressão em uma grande amostra nacional, disse Martin.
No entanto, nem todos os especialistas aceitam que a depressão se manifesta de forma diferente em homens e mulheres, disse Peter Kramer, MD, professor clínico na Universidade de Brown, não envolvido no novo estudo. Ele acrescentou que a noção de diferenças de gênero em sintomas de depressão ainda é uma ideia nova.
Kramer observou que as taxas de transtorno bipolar – em que as pessoas podem alternar entre depressão e mania – são semelhantes entre homens e mulheres. Mas as taxas de muitas outras condições variam de acordo com o sexo.
Por exemplo, autismo e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade são muito mais comuns entre os homens, enquanto que os transtornos alimentares são mais comuns entre as mulheres.
No entanto, Martin acredita que a mudança dos critérios para o diagnóstico de depressão pode levar a mais homens a procurarem ajuda.
“Se conseguirmos fazer com que os homens que sofrem de depressão a reconheçam em si mesmos e comecem o tratamento, será muito significativo”, disse Martin.
Homens deprimidos são tipicamente muito menos propensos a procurarem tratamento, disse Martin, em parte porque alguns homens veem o pedido de ajuda como um sinal de fraqueza.
Ela acrescentou que os médicos lhe dizem que os homens não são tão propensos a procurarem ajuda por eles mesmos. Pelo contrário, os médicos dizem que os homens entram em seus escritórios só porque “tem recebidos ultimatos de suas esposas ou seus empregadores”, que ameaçam com divórcio ou demissão, a menos que mudem seu comportamento.

Texto de TRACI PEDERSEN, Editora Associada de Notícias
Revisado por John M. Grohol, Psy.D., em 31 de Agosto de 2013
Fonte: PsychCentral